segunda-feira, 29 de junho de 2009

O boi garantido de Parintins

O coração vermelho é a marca do Boi Garantido e a folia de hoje esconde um momento perdido na História dos Bois do Amazonas. Entre esses segredos, está o nome de Lindolfo Monte Verde, seu fundador que fez nascer um boi de brinquedo pelos idos de 1900 e alguma coisa... Lindolfo também foi o primeiro amo, tirador de toadas, dono de um vozeirão imenso.

E a idéia de fazer um folguedo surgiu das lembranças que tinha do avô, ex-escravo que saiu do Maranhão e aportou em Parintins. No começo, a função era folia que matava a saudade, divertia adultos e crianças das vizinhança. Mas reza a lenda que, sendo ferido ao servir o Exército, Lindolfo fez promessa a São João Batista para recuperar o ânimo e a saúde. Atendido o voto, veio a obrigação de todos os anos: honrar o santo com o folguedo.

Mas o Garantido não nasceu com esse nome. Mais uma história desenrola seu fio: em uma disputa se apresentavam o Boi de Lindolfo e dois contrários, o Boi Caprichoso e o Boi Galante que, entre um e outro desafio, perderam seus chifres. Orgulhoso, Lindolfo repetia: "Nosso boi sempre sai inteiro, isso é garantido!" E tantas vezes a frase foi ouvida que acabou ficando Boi Garantido mesmo e assim-assim. Se é lenda, ninguém sabe; se é verdade, também não.

Na década de 60, a batucada que acompanha a função do Boi Garantido ganharam reforço e charme, em forma de instrumento e novidade: o Espanta-Cão, que é feito uma haste que se leva em punho, tendo na parte de cima, uma cruz de duas varetas. Nelas, prendem-se fitas e guizos. Ao bater os pés no chão, também se faz bater a haste, soando um brilho tilintado junto ao ritmo.

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